quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Memórias de uma infância feliz :)

  Não, não sou de todo infeliz e por norma considero-me uma pessoa feliz, a vida deu-me saúde, uma família espetacular, trabalho, amigos... Mas sou muitas vezes arrebatada por lembranças da minha infância. Uma infância recheada de alegrias que não resisto em partilhar... Nasci no campo, sim, nasci no campo e depois? Nem sabem a felicidade que isso me trouxe: correr no meio de tojeiros, ervas, árvores, cães, gatos e afins.
  Tecnologia para mim era o básico, resumia-se ao televisor na qual passavam os desenhos animados logo bem cedinho, o rádio a rodar a cassete dos Onda Choque sem parar, mas também vos confesso que não me "prendiam" por muito tempo. Nunca me mostrei muito interessada nas enciclopédias e livros que o pai lá de casa comprava, queria era correr, brincar, lanchar com as amigas, brincar aos pais e às mães, às vizinhas, ao mini-mercado, aos empregos, ao Jornal de Notícias, nadar no tanque da vizinha, passar as tardes na casa da amiga, que era uma mansão aos meus olhos, andar de bicicleta...
 São 23:30 de uma noite de Verão e eu ainda só parei em casa para almoçar e para Jantar... O resto do dia foi ocupado com cantorias junto à capela da aldeia sonhando em ter uma girls band de sucesso, diziam as vizinhas que tínhamos jeito para a coisa!
 Agora, num mundo da "civilização" ao qual me impus sem saber muito bem o porquê e como, guardo lembranças, lembranças de uma infância híper feliz: a massa com chouriço da avó; os jantares em família ao domingo à noite seguido de jogos de damas ou do ABCDE entre primos com a ajuda da mãe, do pai, do padrinho e da avó; os 15 em 15 dias de ida a casa dos avós maternos, do pomar dos mesmos carregadinho de fruta da época; a ida a casa dos primos do lado da mãe e jogar computador e ver filmes; os Natais, a Páscoa e Dia de Todos os Santos, ocasiões em que a família se encontrava toda; As sestas aos domingos; o frango de churrasco à hora de almoço de sábados; a ida à catequese com a malta toda a pé; o dar cabo da cabeça da irmã que está na fase da adolescência e eu nem faço ainda a menor ideia que isso existe; o assobio da avó; o "limpas a casa da avó e em troca recebes 50 escudos e 2 rebuçados"; o leite com café que era um atentado a qualquer diabético; o pão com manteiga, com queijo e marmelada, o TULI CREME; a compra de fruta ao Ti Serralheiro aos sábados à tarde; o dormir em casa das amigas e dos avós que ficava a 5 minutos a pé, mas que sabia a uma noite no hotel de luxo. Podia estar aqui até amanhã de manhã a escrever acerca de memórias de uma infância feliz... Não sou infeliz, mas tenho a certeza de que enquanto tiver bem presente as memórias da minha infância o dia a dia desta pequena adulta irá ser encarado com um sorriso na cara.
 
 

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